Eu nasci no Rio de Janeiro, sou carioca, no dia 08 de agosto de 1974. Foi o máximo, essa história todo mundo conta na família, porque o meu pai foi ao cartório, me registrar, com a minha avó materna, a vó Wangri, minha avó branca, que é mãe da minha mãe. Chegando lá o tabelião falou: “Você não vai poder registrar o nome de sua filha de Preta”. Imagina! Vocês conhecem meu pai, sabem que ele gosta de falar e já começou a fazer discurso. "Mas por que? Existem Biancas, Brancas, Claras, Rosas e não pode ter Preta?"
E o tabelião disse: "Tudo bem, você vai botar Preta, mas só se botar um nome católico junto." Então eu me chamo Preta Maria por conta do tabelião.
E o tabelião disse: "Tudo bem, você vai botar Preta, mas só se botar um nome católico junto." Então eu me chamo Preta Maria por conta do tabelião.

Eu pedi para minha mãe comprar uma fantasia de Mulher Maravilha. Ela comprou... Pedi um patins também. Eu dormia com a roupa de Mulher Maravilha, acordava com a roupa de Mulher Maravilha e com o Patins!!!
E tinha o efeito, né? Eu virava a Mulher Maravilha no patins, girava e virava.... Uma louca... E isso foi um caos porque eu rasgava todas as minhas roupas, os vestidinhos que a minha avó fez de renda, da Bahia... Tive que botar velcro. Eu me lembro da minha mãe costurando velcro em todas as minhas roupas para eu não rasgar, e foi aí que eu comecei a descolar o velcro (risos)...
DITADURA
Eu morei no Rio até um ano de idade, depois a gente foi para salvador. Minha mãe logo depois teve outra filha, chamada Maria, e eu achei pouco criativo pra falar a verdade. Eu já tinha um irmão mais velho, o Pedro, que tinha nascido em Londres, na época do exílio. Meu pai foi exilado junto com o Caetano na época da ditatura. Aquilo foi um caos na minha família... Eu gosto de contar essa história porque isso reflete muito quem é a minha avó.
Minha avó, é mãe da Sandra, minha mãe, e mãe da Dedé, mulher do Caetano. Então nessa época que eles foram exilados, ela tinha duas filhas casadas com dois loucos! As duas foram exiladas, foram morar em Londres, e minha avó, eu sinto muita admiração por ela por isso, porque ela sempre segurou essa onda.
CHACRETEEu queria ser chacrete e todo sábado tinha gravação no teatro Fenix, no Jardim Botânico. Meu pai, nessa época estava estourado nas paradas, meu tio Caetano, minha madrinha Gal, alguém da família sempre ia no Chacrinha! E eu falava: “Mãe, fala pro tio para eu ir, pai, deixa eu ir.” Eu vivia no Chacrinha. Lembro que entrava no camarim dele, aquele camarim cheio de coisas e balagandans, e achava que ele era a Carmem Miranda homem. Eu sentava no colo dele, beijava ele, ele me amava.
Começava aquele programa, as luzes, a platéia, eu ficava num cantinho e aí entravam todas as bandas que naquela época eu amava, tanta coisa boa. Amava Elke Maravilha, que era jurada Fui criada nesse ambiente dos anos 80, muito efervescente, muita cor cítrica, muita calça semi-bag. (risos)
MELHOR AMIGA
Amora, filha do Jorge Mautner, é minha melhor amiga. E criança tem sempre competição. Um dia, quando a gente era criança, ela chegou em casa com uma boneca incrível que o Mautner viajou para não sei onde e trouxe pra ela. E eu não tinha uma boneca igual. Fiquei mal, arrasada, uma inveja horrorosa. Eu queria porque queria aquela boneca, mas orgulhosa, não falava nada. E ela ficava andando com aquela boneca e eu com ódio dela. Uma hora ela virou pra mim e disse: "Eu tenho essa boneca e você não tem!", e eu disse "Ah é, mas o meu pai fala com Deus e o seu não! Estava no auge da música “Se Eu Quiser falar com Deus”, e eu realmente achava que ele falava!"

Adoro a PRETA GIL.
sempre estou aqui postando coisas bacanas sobre ela,
espero que gostem dessa pequena biografia sobre ela.
Materia retirada do blog da PRETA GIL
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