Brasileiros descobrem droga contra obesidade

Cientistas brasileiros que trabalham nos EUA descobriram uma nova classe de remédios para emagrecimento. Em vez de inibir o apetite ou diminuir a absorção de gorduras, a nova droga elimina vasos sanguíneos que alimentam o tecido adiposo. O estudo, divulgado na última edição da "Science Translational Medicine", apresentou resultados promissores em testes com primatas. Há mais de uma década, o casal brasileiro Renata Pasqualini e Wadih Arap coordena um laboratório no MD Anderson Cancer Center, ligado à Universidade do Texas em Houston (EUA). Os dois pesquisadores observaram que o sistema circulatório é mais complexo que uma rede uniforme de "encanamentos" para o sangue. A superfície dos vasos sanguíneos é diferente em cada órgão ou tecido.

Obesidade: Fármaco experimental "mata" a gordura
Um fármaco experimental poderá vir a contribuir para o combate à obesidade em humanos. A revelação foi feita por pesquisadores do Centro de Cancro MD Anderson, da Universidade do Texas, nos EUA. Os resultados, transpostos para um estudo, surgem depois de testes feitos em macacos e ratos.

Normalmente, os medicamentos contra o excesso de peso estão focados em fatores como a redução do apetite, o aumento do metabolismo ou a prevenção da absorção de gordura. Porém, esta nova droga - denominada Adipotide - funciona de modo diferente: ataca e trava o fluxo sanguíneo para o tecido adiposo branco, um tipo de gordura que tende a acumular-se sob a pele e em torno da barriga.

O estudo, publicado na Science Translational Medicine, explica como funciona este "ataque". A droga em questão "une-se a uma proteína localizada na superfície dos vasos sanguíneos da gordura e contém pépticos sintéticos [elementos que auxiliam a digestão] que induzem à morte celular". Ao inibir-se a circulação sanguínea nesses tecidos, as células adiposas morrem e são reabsorvidas pelo organismo.

A Adipotide conseguiu reduzir em 11% o peso de macacos obesos em apenas um mês. Os animais engordaram naturalmente, fazendo uma alimentação desregrada e não praticando exercício. Nas primeiras três semanas de tratamento registou-se o emagrecimento, tendo o peso aumentado um pouco na quarta semana. De acordo com os cientistas, em média, houve uma redução de 11% do total de massa gorda. No caso dos testes feitos em roedores, os resultados foram ainda mais promissores, tendo estes animais perdido 30% do peso que possuíam no mesmo período de tempo.

A pesquisa, financiada pelos Institutos Nacionais de Saúde e do Instituto Nacional do Cancro dos EUA trouxe ainda outro bom indicador. Os macacos tratados com este fármaco terem evidenciaram um aumento da resistência à insulina, o que sugere que ela poderá evitar o desenvolvimento de diabetes do tipo 2.

Os investigadores confessam que se verificaram alguns efeitos nocivos nos rins dos animais, mas que esse problema poderá ser solucionado com a redução da dose de Adipotide administrada. Abre-se, assim, uma nova esperança para a luta contra o excesso de peso. 
Obesidade causas e conseqüências

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